terça-feira, 14 de novembro de 2017

MARIA FIRMINA DEVE ESTAR MORTA DE VERGONHA! A FELIS TA MAIS PRA iNLFELIS OU A CARA DO PREFEITO EDIVALDO

A eterna Maria Firmina dos Reis deve estar entediada ou morrendo de rir da presepada chamada de homenagem que a prefeitura de São Luís, através da Secretaria de Cultura, do Marlom Botão resolveu fazer a ela na FeliS, a Feira do Livro de 2017.

A primeira romancista brasileira, que também é maranhense, de São Luís, e está completando 100 anos de morta foi a escolhida para ser a patrona do evento anual que completa 11 anos de existência, e também se caracteriza na mais pobre das edições.

O evento foi criado pela Lei Municipal nº 4.449/2005, tendo sua primeira edição em 2007. Sempre foi marcada por programações bem diversificadas e atrativas, em estruturas físicas ousadas, principalmente na Praça Maria Aragão onde tradicionalmente era realizada, onde contava com áreas temáticas como: Sala de Autógrafo, Arena Jovem, Troca-troca Literário, Estandes Institucionais, Tendas Temáticas, Praça de Alimentação etc, além, claro, da oportunidade de se comprar livros a preços mais acessíveis nos seus mais de 60 estandes montados. Grandes editoras e distribuidoras tinham presenças garantidas e um amplo espaço ficava pequeno para o público que a procurava. Por isso mesmo entrou para o calendário cultural da cidade e chegou a ser considerada a maior festa literária do Estado.

Hoje, com pouca divulgação e atrações, a FeliS reúne pouco mais de 30 vendas de livros e mais alguns expositores oficiais, distanciando-se das anteriores, que por mais simples que fossem, tinham sempre um algo mais, criativo, como por exemplo, a variedade de oficinas ao público, coisa que pouco se ouve falar na edição atual, salvo as atividades do SESC, grande parceiro do evento.

Se falta novidade, sobra desconforto na estrutura física, com é o caso do piso feito de um material ressecado e tropeçante, ambiente sem climatização, e expositores reclamando da ausência do público, já dão como certo prejuízos. Isso sem falar na falta de segurança suficiente para atender as demandas de uma área bastante perigosa, cercada de ladrõezinhos por todos os lados. Frequentar a Feira a noite, e principalmente nos fins de semana é expor-se ao terror dos bandidos de plantão.

Aliás, a maior novidade da FeliS deve ter sido o lançamento do livro: “Elas não fogem a luta! As valentes mulheres do Maranhão (de Catarina Mina a Roseana Sarney)”. RÁRÁRÁ!!! Eu mereço esse título.

E pra não ser injusto, o algo mais da 11ª Feira do Livro é um bar, no finzinho do espaço, ali pela lateral da Casa do Maranhão. Se foi proposital ou não permitir seu funcionamento neste período, o certo é que ele até serve para se afogar o tédio depois de se ter rodopiado quase que inutilmente pelos poucos estandes de livros super caros, e sabendo-se que na saída ainda se vai encontrar um flanelinha cobrando R$ 5 reais pelo estacionamento, preço praticado na região em função do evento. É mole?

Mesmo sem o glamour de períodos anteriores, este ano a SECULT estima que 200 mil expectadores visitarão o espaço. Pode até conseguir o esperado, pelo nome que a FeliS tem, mas não por merecer. Sem expressão, desprestigiada, nos primeiros dias (incluíndo um sábado e um domingo) a FeliS tem estado vazia, mais parecendo um cemitério de livros pela baixa procura. Pra falar a verdade, este ano ta parecendo mais um evento engendrado, tapa-buraco, tipo o título da canção de Geraldo Vandré: "só pra não dizer que não falei das flores".


Lamentável, a feira do livro de São Luís que já teve entre seus patronos nomes respeitados na literatura e nas artes, como Josué Montelo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro, Nauro Machado, Gonsalves Dias, em 2017, pela estrutura pra lá de barata, presta uma mórbida homenagem, incodizente com uma mulher que, superando preconceitos e outros obstáculos do seu tempo, escreveu seu nome na história e elevou o nome Maranhão na cultura brasileira.

Em outro plano, se não estiver se esbaldando em gargalhadas da gozação que fizeram com ela neste pífio tributo, Maria Firmina (uma negra que foi sim pobre, mas não merecia ser patrona da Feira mais pobre da história), deve estar morta de vergonha no meio das outras feras imortais que já patronaram e tiveram merecidas honras em FeliS anteriores, que este ano ta mais pra inFeliS, ou simplesmente a cara da administração do prefeito Edivaldo Holanda Jr: a do vexame.


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